LEMBRA-SE? | Fechámo-nos em casa. Lembra-se? As notícias eram alarmantes. Eram sempre alarmantes. Alarmantemente alarmantes. Não havia ventiladores que chegassem e, quando as primeiras encomendas aterraram no aeroporto, receberam honras de Estado. Lembra-se? Esvaziámos prateleiras de supermercado. Foi uma corrida às latas de conserva e aos rolos de papel-higiénico. Como se não houvesse amanhã. Lembra-se? Passámos a usar máscara. A desinfetar as mãos com álcool-gel. As crianças ficaram em casa sem escola. Depois veio a “tele-escola”. E o teletrabalho. Esgotámos o stock de aparelhos eletrónicos.

Felizmente há Portugal. Felizmente há Europa. Felizmente há organizações mundiais. Não sei o que seria da humanidade se as instituições não funcionassem. Se a ciência não criasse vacinas. Tudo o que se tem feito será sempre insuficiente. Mas é preciso dizê-lo: entre nós, a vacinação está a correr bem. Portugal tem sido exemplar a lidar com este monstro de várias faces. Não quero pensar no que seria de nós sem o Portugal que somos!

Muitos de nós ficaram para trás. É preciso ir lá buscá-los. O melhor ato de gratidão é o empenho na solidariedade. A melhor gentileza é aquela que pode mudar a vida de outrem. A fraternidade mais pura reside em acabarmos de vez com o culto do “eu”, aproximando-nos dos outros, dando-lhes o abraço que falta.

// no meu artigo de opinião de hoje, aqui: https://www.asbeiras.pt/2021/06/opiniao-lembra-se/

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