Quando o pirata que por ali andava a roubar, naquele ponto piscatório banhado pelo mar Eritreu, foi levado a Alexandre Magno, este repreendeu-o. Porém, o salteador, que não era “medroso nem lerdo”, provocou-o, insinuando que o imperador era quem mais roubava. E o próprio Alexandre consentiu: “Assim é. O roubar pouco é culpa, o roubar muito é grandeza.” Com dificuldade encontraríamos melhor exemplo na literatura clássica portuguesa para apoiar a perceção popular de que os poderosos passam impunes às mãos da justiça.
Neste livro, intitulado “Media, Corrupção, Política e Justiça”, o investigador Bruno Paixão intervém com a fundamentação académica, deixando no caminho pistas para desvendar o papel de todos os intervenientes no processo do escândalo e da corrupção.