Neste número da revista académica MEDIAPOLIS, da Universidade de Coimbra, Bruno Paixão expõe a sua visão sobre o escândalo político enquanto fenómeno social que tem alcançado preponderância nas sociedades democráticas contemporâneas. Isso deve-se sobretudo a uma maior atenção jornalística que é concedida aos casos. Os media concedem à sociedade perceções sobre temas e acontecimentos, influindo sobre a inteleção dos cidadãos. Neste trabalho são analisados alguns traços da cobertura jornalística do escândalo político em Portugal ao longo do período democrático. Como revela o nórdico Mats Ekstrom (2000), numa frase lapidar que se poderia aditar a este trabalho sem causar surpresa, os escândalos encaixam-se numa cultura de notícias e de media “em que a oferta do que é chocante, espetacular, sensacional e anormal é a estratégia fundamental para supostamente atrair audiências”.